sábado, 24 de novembro de 2007

"O SENHOR MINISTRO DEVIA TIRAR CONSEQUÊNCIAS DA ENTREVISTA"


PSD acusa Governo de falhar objectivos
"O senhor ministro devia tirar consequências da entrevista"
Luís Filipe Menezes deixou um importante recado a Rui Pereira e avisou o executivo de José Sócrates em relação às constantes "situações de ruptura" entre altos funcionários e ministros.


Lusa
21:02 Sábado, 24 de Novembro de 2007

O presidente do PSD defendeu hoje que o ministro da Administração Interna deveria tirar "consequências" das declarações do inspector-geral António Clemente Lima sobre as forças de segurança, referindo que José Sócrates terá que reorganizar o Governo.

"Penso que o senhor ministro [da Administração Interna] devia tirar consequências da entrevista", disse Luís Filipe Menezes, escusando-se a precisar a sua posição, quando questionado pelos jornalistas em Ourique, à entrada de uma reunião com a Assembleia Distrital de Beja do PSD.

"Não sou treinador do Governo, mas o senhor primeiro-ministro terá, porventura, a seguir à presidência portuguesa da União Europeia, de pensar em reorganizar o seu Governo", limitou-se a acrescentar.

Para o líder dos sociais-democratas, as declarações do inspector-geral da Administração Interna ao jornal Expresso são um "sinal de que ninguém se entende" e "semelhantes" àqueles que, esta semana, foram dados pelo Tribunal de Contas, sobre o Serviço Nacional de Saúde, e pelo ex-ministro das Finanças, Campos e Cunha, relativo às Estradas de Portugal.
"São demasiados sinais de desorientação", acrescentou Luís Filipe Menezes, frisando que foram dados "tão-somente numa escassa semana".

De acordo com o líder social-democrata, há uma "desunião" no executivo de José Sócrates, com "cada um a puxar para o seu lado" e "situações de ruptura do ponto de vista da relação entre altos funcionários e ministros, que são muito preocupantes".

"Chegou o momento do engenheiro José Sócrates começar a pensar em se desligar das questões europeias, que dão alguma popularidade efémera, nomeadamente lá fora, e começar a pensar em Governar o país", afirmou Luís Filipe Menezes. "É que ninguém se entende!"

Estes "episódios" traduzem o "mal-estar de um Governo, que não consegue atingir metas naquilo que é fundamental", afirmou Luís Filipe Menezes, referindo que "se houvesse crescimento económico, emprego e investimento, eventualmente estaríamos todos a desvalorizar este tipo de episódios".

"Até há pouco eram os portugueses que, de uma forma mais ou menos organizada, criticavam e contestavam as políticas do Governo. Agora são altos funcionários, [nomeadamente] alguém com estatuto de um director-geral, que vem fazer acusações graves ao Governo e às políticas de Segurança", frisou.

Numa entrevista, publicada na íntegra na edição de hoje do Expresso, Clemente Lima sustenta que "o cumprimento da missão a qualquer preço, por parte dos agentes da autoridade", pode "agravar o sentimento de insegurança" dos cidadãos.

"Há por aí muita 'cowboyada' de filme americano na mentalidade de alguns polícias, muito gosto na exibição da pistola, por andar à paisana", afirmou, advogando que "as zonas de investigação criminal precisam de ser mais controladas".

Clemente Lima entende que "há muita impertinência, intolerância, impaciência da parte da polícia" no "atendimento ao cidadão", que, a seu ver, é sinal de "incompetência".

"Acho isto intolerável. E ainda mais intolerável é a atitude das chefias, de alguma tolerância face a estes comportamentos", afirmou, acrescentando que "há carências absurdas" na GNR e PSP ao nível da formação em direitos fundamentais do cidadão.

Fonte aeiou.expresso.pt

0 contributo(s):

Enviar um comentário