Declarações do inspector da IGAI continuam a provocar polémica
GNR e ASPP respondem às acusações de Clemente Lima
Um dia depois da entrevista do juiz desembargador ao Expresso ter sido publicada, a GNR recusa a alegada falta de formação dos seus militares e recorda o sucesso nas detenções feitas. A PSP desvaloriza.
Pedro Chaveca, com agências
12:15 Domingo, 25 de Novembro de 2007
Um alto responsável da GNR lembrou a Clemente Lima que acusou a força militarizada de encarar "o cidadão como inimigo", que por ano são requisitados 900 mil serviços à GNR e feitas cerca de "um milhão e duzentas mil patrulhas", sublinhou ao Correio da Manhã a mesma fonte, que preferiu não ser identificada.
"Acusa-nos de termos provocado sete mortes [entre 2005 e 2006] em perseguições, mas esquece-se que, em média, fazemos uma detenção em cada 15 minutos", lembrou ainda.
Quanto à acusação do inspector da IGAI (Inspecção Geral da Administração Interna) que sublinhou haver "carências absurdas" na GNR e na PSP ao nível da formação em direitos fundamentais do cidadão, o militar da Guarda Nacional Republicana recusa totalmente: "Não é verdade. Qualquer oficial da GNR tem formação em direitos fundamentais igual àquela que é administrada na faculdade de Direito".
"Pior do que há alguns anos"
Estas declarações entram em contradição com o que disse ontem José Manageiro da Associação de Profissionais da Guarda. Este representante da GNR considerou que Clemente Lima fez uma "leitura muito clara" da situação vivida naquela força de segurança, que acredita estar hoje "pior do que há alguns anos".
O representante da Guarda Nacional Republicana sublinhou que num sector profissional "sem direitos não é possível reconhecer e respeitar os direitos dos outros", numa clara referência à lei que veda o direito associativo na GNR.
ASPP considera declarações exageradas
Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), faz uma leitura diferente das declarações de Clemente Lima, quando o juiz desembargador sublinhou haver por parte da PSP "muita impertinência, intolerância, e impaciência no atendimento ao cidadão".
Para além de as desvalorizar considerando-as "exageradas", o dirigente sindical defende que o objectivo do inspector da IGAI era "enviar uma mensagem ao Governo" e explica: "a IGAI quis afirmar publicamente que as dificuldades de actuação da PSP têm a ver com as más condições de trabalho".
Fonte aeiou.expresso.pt
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