Inspector da IGAI debaixo de fogo
AOG repudia declarações de Clemente Lima
O terramoto continua. Desta vez os oficiais da GNR consideram que a entrevista do inspector ao Expresso revela "um profundo desconhecimento da realidade."
Lusa
14:39 Domingo, 25 de Novembro de 2007
A Associação de Oficiais da Guarda (AOG) repudia as declarações do inspector-geral da Administração Interna, Clemente Lima, sobre a actuação das forças de segurança e manifesta-se estupefacta com a entrevista deste responsável ao jornal Expresso.
"As acusações feitas pelo senhor inspector-geral às forças de segurança, em particular aos seus elementos, além de denotarem desconsideração e desrespeito pelo trabalho diário destes elementos em prol da segurança de Portugal e dos portugueses, revelam um profundo desconhecimento da realidade", afirma a associação em comunicado.
Os oficiais da guarda consideram que a abordagem de Clemente Lima, leva a conclusões "erróneas e despropositadas", quando "estão em causa valores e instituições pilares do Estado de Direito Democrático e da liberdade dos cidadãos".
"São feitas afirmações que põem em causa, entre o mais, a formação dos oficiais da Guarda e que só se compreendem como reveladoras de um profundo desconhecimento do que têm sido os conteúdos programáticos em vigor nas, nacional e internacionalmente, prestigiadas escolas de formação", lê-se no documento assinado pelo vice-presidente da direcção, o capitão Pedro Miguel Pinto Patrício.
Para a AOG, as declarações de Clemente Lima sobre a natureza militar da GNR, "além de se encontrarem esvaziadas de qualquer fundamentação, atentam contra as políticas de segurança delineadas pelo Governo, sufragadas pela Assembleia da República" e também contra "princípios que norteiam o actual processo de reforma de todo o Sistema de Segurança Interna" em Portugal.
A associação classifica mesmo de subjectivas e levianas as afirmações do inspector-geral, que desafia a apresentar dados objectivos e factuais.
Estes oficiais entendem que a posição assumida por Clemente Lima põe em causa a sua isenção no desempenho das funções que lhe foram cometidas, embora reconheça uma importância fundamental à Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) na promoção do respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
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