sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

INVESTIGADORES ADMITEM ABANDONAR FUNÇÕES


PSP do Porto
Investigadores admitem abandonar funções

As declarações ao Expresso do Inspector-Geral da Administração Interna levaram os agentes da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto a pedir a clarificação das suas funções ao director nacional da PSP.

Lusa
15:31 Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2007

São cerca de 200, num total de 300, os agentes da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto que assinaram um abaixo-assinado e o enviaram ao director nacional da corporação exigindo a clarificação das suas funções.

No abaixo-assinado, os investigadores do DIC/Porto afirmam que estão dispostos a deixar a investigação e transitar para o corpo territorial da corporação se não obtiverem "uma resposta que os satisfaça".

"Torna-se imperioso clarificar como é que funciona a investigação criminal na PSP e, acima de tudo, se os subscritores reúnem condições para continuar a exercer a actividade de investigação criminal ou deverão ser integrados no dispositivo criminal", refere o documento de três páginas.

Declarações polémicas

Este abaixo-assinado surge depois da entrevista do Inspector-Geral da Administração Interna, Clemente Lima, ter afirmado numa entrevista ao Expresso que há "incompetência a mais na polícia" e "muita cowboyada de filmes americanos na mentalidade de alguns polícias".

Para os investigadores criminais da PSP/Porto estas afirmações são uma crítica directa, considerando que se trata de "acusações graves, que ofendem os signatários (do abaixo-assinado) muito para além da sua condição de profissionais de polícia". "É a sua honra e a sua dignidade que são questionadas", afirmam.

Os cerca de 200 agentes acusam ainda no abaixo-assinado que a investigação criminal "não tem o devido reconhecimento" na nova lei orgânica da PSP, por não ser considerada unidade especial. E lamentam que falte uma definição legal das funções e deveres de cada um dos níveis hierárquicos dos funcionários das DIC.

Também a formação é, afirmam, "manifestamente insuficiente" e a compensação monetária "inexistente". Fonte da DIC, contactada pela Lusa, disse que um investigador da PSP ganha tanto como um polícia de giro.

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