GNR foi chamada e garante que foi «injuriada»
Redacção / CP | 26-05-2010 - 15:44h
Os proprietários de um café de Arcozelo, Gaia, vão formalizar uma participação no Ministério Público contra militares da GNR por agressão e escusa de registar uma queixa contra desconhecidos que atiraram um petardo ao estabelecimento.
A informação foi avançada à agência Lusa pelo advogado dos proprietários, Rui Guedes, que adiantou que a queixa será formalizada quinta-feira no Tribunal de Gaia.
Maria Alves, co-proprietária do Café Falésia, estabelecimento onde tudo se passou, explicou que o petardo foi atirado para o interior do estabelecimento cerca de 20h30 de terça-feira e que a presença da GNR de Arcozelo foi de imediato solicitada.
De acordo com esta versão, a GNR não compareceu de imediato e só apareceu a uma segunda chamada, depois de os proprietários terem contactado o comando territorial daquela corporação no Porto.
Maria Alves garante ter sido insultada pelos militares e explica que o seu irmão, Manuel Fernando Godinho, os avisou de que iram provar o que teriam dito.
«Nessa altura, ele estava a tirar um café para um cliente e eu ia tirar outro para mim. Caíram todos em cima dele, imobilizaram-no com gás pimenta e algemaram-no. A mim puxaram-me os cabelos e também me algemaram e levaram-nos para o posto», relatou.
«Já dentro das instalações policiais, espancaram-no bem espancado e a mim também me bateram. Pelo caminho, no jipe, chamaram-me de tudo e mais alguma coisa», contou.
O advogado de Maria Alves e Manuel Fernando Godinho explicou, por seu lado, que os seus clientes só saíram do posto policial às 2h00, tendo necessitado de tratamento hospitalar em Gaia.
«Pelo que me disseram, ele foi agredido a murro e pontapé e partiram-lhe um tabuleiro na cabeça, já dentro do posto», contou, explicando que os dois acabaram notificados a comparecer esta quarta-feira de manhã no Ministério Público, o que fizeram, mas sem prestar declarações.
Fonte do Comando Territorial da GNR no Porto confirmou a ocorrência de um incidente envolvendo efectivos do posto de Arcozelo e proprietários do café Falésia mas, citando o relatório recebido, dá outra versão dos factos.
A fonte refere a ocorrência de uma desordem pública no café, uma situação que terá envolvido não só os co-proprietários, mas também clientes, e durante a qual a patrulha «foi injuriada».
A patrulha solicitou reforços e foram detidos os dois proprietários, sendo transportados para o posto e notificados a comparecer às 11h00 desta quarta-feira no Ministério Público.
A fonte disse não ter qualquer informação sobre alegadas agressões dos militares aos co-proprietários do café e, ao invés, referiu que quatro elementos da GNR receberam tratamento hospitalar, em resultado de «pequenas escoriações». «Um deles foi mesmo mordido», acrescentou, explicando que todos tiveram alta.
Fonte diario.iol.pt
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